A saúde mental está diretamente ligada à qualidade da interação individual e coletiva. Por isso, criar alternativas inclusivas é importante na nossa sociedade, principalmente se observarmos os que mais são afetados pela exclusão social.
Ressocializar é dar uma nova oportunidade, viabilizando dignidade e uma gratidão que reflete em bons frutos para toda a comunidade. Em contrapartida, a exclusão das oportunidades de ressocialização causa um impacto extremamente negativo.
O Grupo SA sabe dessa importância e, desde 2014, trabalha com um poderoso projeto de ressocialização que é referência para todo o país. Veja, a seguir, como ele funciona, qual seu objetivo principal e resultados gerados.
O Selo Resgata
Visando um projeto que viabilizasse introdução de detentos no mercado de trabalho, o Grupo SA adotou o Selo Resgata. Trata-se de uma iniciativa do Governo Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que reconhece, por meio do “Selo Resgata”, as empresas, órgãos públicos e empreendimentos de economia solidária que contratam presos, egressos do sistema prisional e pessoas que estão cumprindo penas alternativas.
Mas antes de começarem a trabalhar, essas pessoas passam por treinamento. Garantindo orientação sobre as normas internas da companhia e os relacionamentos interpessoais. Tudo isso, para que os novos trabalhadores consigam aprender todo o processo interno para dar início às atividades.
Nesse contexto, o Grupo SA fica responsável pelo transporte, de ônibus, entre a penitenciária e a fábrica. Já a jornada de trabalho é de oito horas diárias. Quanto à remuneração, é de três quartos do salário mínimo e remição de pena, ou seja, desconta-se um dia a cada três trabalhados.
Segundo a diretora de RH, Rosana Almeida, o Grupo SA é a maior empresa do estado de Minas Gerais a empregar, profissionalizar e abraçar o projeto de ressocialização.
O objetivo da aplicação desse projeto
Seja por conta do preconceito ou pelos estereótipos sociais, pessoas que estão em reclusão ou acabaram de cumprir pena, dificilmente têm opções e até mesmo uma perspectiva.
Tal comportamento exclusivo de grande parte da sociedade, não deixa opções aos cumpridores de pena. Assim, por se verem sem mais alternativas e perspectivas, ficam descrentes das suas próprias capacidades. Consequentemente, isso prejudica a saúde mental, influenciando até na tendência de voltar para o mundo do crime.
Logo, por meio do trabalho e do respeito, essas pessoas aprendem a provar para si e para a sociedade que merecem uma nova chance, para não cometer os mesmos erros! Por isso, a missão da SA nesse projeto de ressocialização é restaurar e construir novas perspectivas de uma vida digna para cada um dos seus membros. Em outras palavras, reintroduzi-los na sociedade de maneira honesta e construtiva.
O resultado de uma nova chance
Para demonstrar como ações como essas influenciam positivamente na vida de cada uma das pessoas que passam por esse tipo de ressocialização, confira os depoimentos de quem passou pelo processo.
Tiago – Aux. de Produção
Passei pelo projeto, cheguei aqui sem saber nada, fiquei um ano e dois meses, passei por vários setores. Agora, o Lucinho me deu uma oportunidade e estou entrando como funcionário.
Era um sonho, né? Trabalhar fichado numa empresa assim. Graças a Deus, a oportunidade surgiu.
Lucas – Soldador
Comecei como auxiliar de produção. Quando um dos soldadores entrou de férias, eu o substituí, daí então recebi a oportunidade de trabalhar de soldador.
Quando terminei minha pena eu abri um negócio próprio. Depois de dois anos, meu negócio não deu muito certo, então tentei uma vaga na SA, só que agora CLT. Graças a Deus, estou trabalhando, fichado como soldador.
Kenerson – Aux. Cozinha
Eu não conhecia o significado da palavra “dignidade”. Quando passei aqui pela empresa, por meio do projeto, eu passei a ter acesso a pessoas incríveis, passei a ouvir coisas novas, conselhos valiosos, como os da Dona Rosana e do Lucinho (Vanderlúcio), a quem eu chamo de pai, por conta de todas as oportunidades que ele me deu.
Graças a Deus, recuperei a minha família, minha dignidade para com meus tios, minha mãe. Voltei a estudar, agora tenho planos. Hoje, eu me inspiro nos vencedores.
Depois que ganhei a liberdade, vim até a empresa e disse que precisava de uma oportunidade. Graças a Deus, fui atendido e ganhei a oportunidade, naquela mesma semana minha carteira foi assinada. Já estou aqui há três anos fichado e procurando ser útil onde for preciso.
Agora, vou continuar estudando e vou me dedicar no setor gastronômico, que é o que mais gosto de fazer.Hoje, o Grupo SA tem um quarto do número de funcionários que são desse projeto, além de vários empregados que foram contratados após o término da pena. Ainda, desejamos estimular para que mais ações assim sejam aplicadas. Afinal, conhecemos de perto o poder transformador da ressocialização para a saúde mental e formação de caráter de quem está preso ou saindo da pena.